Colectiva de trabajadoras del IL

Directora: Cristina Altman (Universidade de São Paulo, CEDOCH-DL)

Os participantes da presente proposta almejam desenvolver um projeto na área de Historiografia Linguística voltado para o feminino, enquanto categoria de análise da produção (meta)linguística de mulheres, em contexto latino-americano. Isso quer dizer que nosso objeto de estudo não são as línguas faladas na América Latina e suas variações, mas sim o conhecimento produzido sobre essas línguas, em qualquer nível de formatação metalinguística, – sejam ensaios, descrições parciais, gramáticas, vocabulários, dicionários, cartilhas, cartas, artigos científicos, etc. – por estudiosas, pesquisadoras, professoras, tradutoras, ao longo de um intervalo histórico.
Do ponto de vista temático, nosso projeto se insere nas discussões que têm marcado a reflexão sobre Gênero e Ciência, desde a segunda metade do século XX. Com efeito, pesquisadores de outras áreas do conhecimento têm se perguntado por que, em certas sociedades, há tão poucas mulheres dedicadas ao estudo das áreas técnicas de maneira geral e, o que é preciso fazer para que meninas e mulheres tenham mais acesso ao conhecimento produzido nessas áreas. Mutatis mutandis, o grupo que ora apresenta a proposta, mais do que, eventualmente, militar sobre a questão, assume o interesse comum pelo tema do feminino e historiografia linguística, não para motivar meninas e mulheres ao estudo das suas disciplinas e exercício das suas práticas, já estamos aqui suficientemente representadas, mas, para construir uma historiografia consistente que descreva, explique, e interprete os mecanismos de inclusão/exclusão do trabalho feminino em ciências da linguagem, lato sensu, no contexto latino-americano.
Do ponto de vista institucional, nosso objetivo geral é reunir pesquisadores de outros núcleos acadêmicos que definam uma região latino-americana como contexto de interpretação do trabalho feminino e que compartilhem de uma metodologia de trabalho minimamente comum, para que resultados parciais possam ser comparados, em ao menos alguns parâmetros. O ponto de partida do projeto, circunstancialmente, é o Centro de Documentação em Historiografia Linguística (CEDOCH-DL/USP), centro complementar de pesquisa do Departamento de Linguística da Universidade de São Paulo (Coords. Olga Coelho e Cristina Altman), que se associa, neste momento, a pesquisadores de outros centros e núcleos das Universidades de Córdoba (ES); Córdoba (Argentina); Sevilha (ES), Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal); São Paulo (USP); Buenos Ayres, Chile, Autônoma de Barcelona (ES); Federal de Uberlândia (UFU); Complutense de Madrid (UCM), que se propõem a fazer um primeiro mapeamento da questão do feminino em ciências da linguagem, a partir de dados a serem levantados em: América Espanhola; América Portuguesa e, mais especificamente, Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Colômbia, Peru e Cuba. É nossa expectativa que pesquisadores de outros núcleos, sejam europeus, sejam latino-americanos, se juntem a nós, à medida que formos avançando.

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